«I too am not a bit tamed, I too am untranslatable» (Walt Whitman) | setadespedida@yahoo.co.uk

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Alguns comentários sobre a lista


O lugar mais perigoso: o palco

A ordem dos filmes é arbitrária. Aqueles de que mais gostei aparecem nas imagens.

Em 2010, felizmente, vi mais filmes em DVD do que no ano anterior. Estou a comprar e a rever os filmes de Woody Allen, um dos meus realizadores preferidos de sempre. O mesmo em relação a Jim Jarmusch.

Por outro lado, quanto a festivais, a coisa andou muito mal. Em Lisboa parece não valer a pena tentar comprar bilhetes no próprio dia em que os filmes passam. A vida não corre bem aos que não têm tempo para analisar a programação antecipadamente.

A grande descoberta que fiz este ano foi Eugène Green, graças à Cinemateca. (Estupidamente, no entanto, não vi A Religiosa Portuguesa. Quando percebi, já não estava em exibição.)

Não entendo por que razão Jorge Silva Melo não realiza mais filmes. Gosto mesmo muito de Agosto (o único filme que conheço com uma personagem com o meu nome) e de Coitado do Jorge.

Entre os filmes que passaram em circuito comercial, os meus preferidos foram Não, Minha Filha, Tu Não Vais Dançar, de Christophe Honoré e 36 Vues du Pic Saint Loup, de Jacques Rivette. O primeiro por ter uma personagem feminina como há muito não via no cinema, o segundo por me falar ao coração (expressão idiota, bem sei, mas neste caso foi mesmo assim, pelo que não há nada a fazer).

Os filmes que mais me desiludiram foram Greenberg, de Noah Baumbach e Noite e Dia, de Hong Sang-Soo (não consegui ultrapassar a antipatia que os protagonistas me suscitaram), além de O Laço Branco, de Michael Haneke, que achei explicativo e manipulador.

Vi e gostei de A Rede Social, de David Fincher, mas menos que dos filmes que aparecem na lista. Não detestei Cópia Certificada, mas pareceu-me o pior dos filmes de Kiarostami que conheço, uma mistura de Cenas da Vida Conjugal e Depois do Ensaio, de Ingmar Bergman.

Não encontro em lado nenhum uma caixa de filmes da Jane Campion, mas se encontrasse comprava. Para quando um ciclo na Cinemateca dedicado a mulheres que, against all odds, realizaram filmes?

De resto, Éric Rohmer para sempre.

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